terça-feira, 26 de outubro de 2010

Passando...

terça-feira, 26 de outubro de 2010 1
Já é hora... vá, desista dos sonhos...
O tempo passou, o que você quer ser?
Não há mais tempo para ingenuos tontos
A idade cobra, achou que poderia correr?

Não adianta desviar seu olhar
São palavras pra você!
Fingindo juventude no espelho
Está cego pras marcas do tempo a passar?

O que já fez? O que ainda falta fazer?
Jogou suas ideologias no cinismo...
Perdeu heróis, perdeu vontade...
O que ainda falta perder?

Trocou os sonhos pelo passar do dia
Pelos minutos, curtos, em que pôde sorrir
Deixou pra traz aquelas verdades eternas
Será que já acreditou de fato nelas?

Olhe as fotos e permita-se sorrir
Das certezas que já teve
Que esvaziaram-se no meio do trânsito
Nos dias longos de trabalho...

Mas... Há a esperança que dança comigo
Que não me deixa sozinho no espelho
Que me lavanta e me tira um sorriso
Maldita esperança que ainda me faz respirar

Das certezas do dia, das dúvidas da noite
Entre os copos na calçada, fingindo dignidade
Entre os corpos nas noites, sendo eterno
Acordando pra vida... querendo amar...

Onde está você? Ideal jovem que tive, que fui...
Já é hora de dizer, sem pesar...
Eu morri... pros sonhos que cultivei
Pra viver inteiro, sem ressentimentos
A realidade com a qual posso lidar

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Existe um lugar para se morrer

quarta-feira, 20 de outubro de 2010 1
Eu comi um lanche velho e gorduroso
revesti meu estômago com uma pinga envelhecida
em estantes empoeiradas e garrafas milenares.

Meus olhos travam na dança de putas
que se perderam nos dias e no requinte da sujeira
No embalo de uma Jukebox
que insiste em tocar hits Paraenses.

Pensei num modo voraz,
de descrever as vadias,
de alertar as crianças.

Pensei por dias, por anos,
como descrever aquele lugar.
Aquele sujo lugar esquecido, numa esquina qualquer.

Que ainda vive, com os mesmo detestáveis,
com as mesmas putas e a mesma pizza de gosto ruim.
Com os sonhos que se revezam em fichas de caça-niqueis.

Ali, nos copos cristalinos de uma pinga qualquer
ou num espumante colarinho de cerveja,
vi as histórias nascerem,
Malatesta se calar.
Lênin tremer.

Risos juvenis atravessaram as madrugadas,
naquela esquina acolhedora de vagabundos e sem destinos
palavras engolidas ficaram frequentes,
na garganta de quem já aceita muita coisa.

No pó escondido no bolso,
do bêbado de olhar profundo.
Se misturaram.

Daí surgiu os ingredientes, a platéia, os figurantes
das aventuras que se renovam.

E temo dizer, que a idade nos abraça.
Como a esquina que engole cada ser que flutua
sem atenção numa noite em que seres sabidos
dormem em suas camas quentes.

Fugir é o certo
e ser jurado de morte nesse lugar terrível é um erro
em que correr nem sempre vale a pena.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Abraços e Braços

segunda-feira, 11 de outubro de 2010 1
Me joguei nos abraços
E em todos os braços
Me perdi...

Percebi que meu tempo é escasso
E minhas palavras são laços
Pra te amarrar e sorrir

Mas pra ti meu nome é só um traço
Também sei que pra ti não passo
De um ser pra se rir

Porém eu sonhei com seus braços
E era lá no seu corpo entre os abraços
Que valia a pena existir

Diante disso: O que são os percalços?
Se ao olhar em seus olhos
Eu não posso mentir...

E se mentir eu não posso
Digo: Estou disposto
A lhe ter sem ter fim!
 
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