domingo, 31 de julho de 2011

Sepulcro Domingo...

domingo, 31 de julho de 2011 0
Domingo é um dia pra se morrer.
Com suor de sábado profano,
com as imagens da sutileza de moças dançando.

O Sol manhoso aquece os velhos que lavam as garagens,
os olhos que lacrimejam e distorcem as cenas [que eu mesmo não quero ver]

Os cadarços soltos indicam o caminho,
a modarça não esconde a voz judiada pela cerveja.

Aos domingos eu encaro o sepultamento de meu corpo frágil,
mas já não reluto aos encantos de um sábado vadio [ou repetido]

Na volta!

E na volta da lua ou do olhar
No trânsito suicida da rua

Entre as lágrimas do céu. Perdido
Na chuva, na rua, no viver. Domado

Caído acabado pelo chão retorcido
Sou o fim, melhor dizendo, estou acabado

E recomeço a cada passo, sem vacilo
Esperando o amanhecer de uma segunda

Onde os sonhos escorrem pelas calçadas
E tudo, tenha certeza, será possível

Amanhã nem serei eu o perdido azarado
Amanhã, que me aguardem, nem serei eu!

Serei mais, novamente, serei indomável
Um novo homem todo dia, um novo dia a todo homem...

As futuras horas se retorceram como eu quiser
O dia está lá, vazio e é todo nosso, é todo meu!

sábado, 23 de julho de 2011

Uma casinha em Boi Véio...

sábado, 23 de julho de 2011 0
Poema em homenagem ao meu tio Poeta (assim com letra maiúscula mesmo) e minha tia Netinha, que mesmo anos e quilometos distantes me amam, e eu os amo, como se tivesse sido criado sobre seus olhos e cuidados. Obviamente que nunca nada escrito será um décimo do que é o sentido, mas não podia passar por Ouro Velho (Boi Véio como eles chamam) sem isso:

Um bar grudado numa esquina,
Bar não! Budega!
Um Poeta que canta a vida,
Poeta não! Cantador

Canta e conta história
que fascina, que te pega!
Um cabra que vive a vida
Com cuidado e com amor

Toda uma história e familia
A horas e quilometros distante de mim
Em ruas de terra e de casas sem jardim

Tio Tadeu e tia Netinha, numa casinha em Boi véio
Distantes dos olhos, mas perto pra quem sentiu
Que alguém tão distante do meu meio
É mais um que tenho orgulho de chamar de tio!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Noites de saudade

segunda-feira, 18 de julho de 2011 0
Amos as noites em que fico alto
Perdido entre goles de vinho
Onde meu parceiro é o asfalto
E ter medo é sofrer sozinho

Fumei, dancei, bebi, sorri. Enlouqueci!
Mas as melhores lembranças são com os olhos fechados
No dia em que viver foi o verbo que conjuguei
Os minutos nos seu braços foram os mais aproveitados...

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Obrigada

quarta-feira, 13 de julho de 2011 0
O que sou eu comparado ao seu poder?
Do que serve minha inteligência sem sua sabedoria?
Até meu corpo foi criado para seu louvor.

Obrigada por me amar,
Por morrer em meu lugar,
Obrigada por me aceitar,
Obrigada por me criar e sua filha me tornar...

É na tua presença que eu sempre quero estar,
Minha alma deseja tua face encontrar.
Toma o teu lugar!

Eu não compreendo imenso amor e perdão,
mas é nos seus braços que vou descançar,
só o Senhor pode minha alma acalmar...

Defuntos & Pó barato

Ternos negros,
pasta no cabelo.
A moça quer o mármore,
passeios mórbidos e os olhares dos coveiros.

Eu roubo as flores, dos Antonios e Lourdes,
duas esquinas e esqueço os nomes.
A moça quer o céu negro e imagens de santos.

Mergulho na seda dos seus braços,
ela geme eu mordo.
Ela precisa desse cenário e eu só acho estranho.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Domingo...

segunda-feira, 4 de julho de 2011 0
Segurar o sorriso na mão
Perder de antemão o pudor
Se jogar sem ver pra que lado
Ser feliz para onde diabos for

domingo, 3 de julho de 2011

Inteligência do macaco narcisista.

domingo, 3 de julho de 2011 0
Estou bem perto de excomungar a inteligência. Manda la pra longe, já não me importo. Faz tempo que me cansa esses papos intelectualóides. Filmes, livros, política. Sempre me bate um sono e saio com a certeza que esses papos são instrumentos pra sempre aumentar os muros entre as pessoas. Superioridade aglutinada em escudos de sabedoria metida a besta. Vou pensar numa teoria boa o bastante pra ser um tolo por opção. A tal ignorância que é uma benção é mesmo bem melhor que essa esperta vontade de reluzir egos.

sábado, 2 de julho de 2011

Lança

sábado, 2 de julho de 2011 0
Não posso dizer mal,
Mas não posso elogiar,
O que aconteceu com a atenção,
aquela educação?

Tão lindos,
Fortes, maravilhosos,
Mas tão ignorantes e
Grossos!

Ainda bem que algo se salva,
meus amigos sem essa arma,
vocês não seriam nada.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Prazer, essa sou EU

sexta-feira, 1 de julho de 2011 0
Nenhuma letra combinada e rimada é capaz de transmitir a dor da minha alma,
Meus versos por mim não falam,
e a angústia não é anunciada.

Eu não quero rimar, não quero criar,
Não quero competir, não quero ser lida
nem compreendida, eu quero amar!

Não importa se é verso, poema,
narração, dissertação,
Eu não quero saber se esta bom,
se tocou seu coração.

Eu quero viver, quero ter prazer,
quero sorrir e o meu pão dividir,
Quero ser mãe, quero ser "Amélia"
E sua mulher eterna!

Sobre meus defeitos

Não gosto de dias cinzentos, e nem de foças forçadas
Prefiro desfazer as lágrimas com música alta
Do que cultivá-las com baladas de merda do Djavan
Ontem eu não posso mudar, hoje eu já quase pedi,
fico sem tempo pra chorar já que só me resta amanhã

Lamento os choros alheios, queria poder dizer verdades
Dizer que é bobagem chorar pelo que se quebra
Que tristeza é o esconderijo de quem não luta,
que o luto é barreira pro futuro, mas nem sempre posso

"Eu lamento" é o que se espera ouvir
Tapas na cara é pra quem pode e é impossível saber quem pode
Todas as vezes que cai foram tapas que me fizeram levantar
Não me acho mais forte, eu só tenho o meu jeito de seguir

Claro que ter o que escrever me faz lidar melhor
Jogo aqui toda merda que fica no inconsciente
Mas a verdade é que de fato eu devo ser mais forte
Pra encarar com humor a minha famosa má sorte!

Já não perco mais meu tempo com compreender
Não quero nem saber o que você sente ou sentiu
Já é foda o bastante entender o que eu penso
Pra saber se o que disse foi verdade ou mentiu

Tenho poucos defeitos eu acho:
Egoísta, autoritário, sarcástico, cínico,
Insensível, grosso, preguiçoso, maldoso, ignorante,
Sincero demais quando isso pode te ferir,
condescendente demais quando isso me convém...

Só não sei ser falso, ainda não aprendi bem...
Mas o tempo tá ai pra isso, vou logo aprender se precisar
Também não sei gostar do que não gosto,
Nem ter amigos só por interesse... como seria bom saber isso!

Tenho uma porrada de qualidades, bem sei
Mas hoje é dia pros defeitos!
Não gosto de receber críticas, não suporto que não gostem de mim
Fico puto de ser ignorado, tenho ciúmes seletivo
Sou manipulador ao extremo!

Sou arrogante sim, foda-se!
Tão poucas coisas em que sou bom
que nas que sou bom jogo na cara mesmo!

Mas admita: Quem mais falaria tão a sério assim sobre si mesmo?
Sou foda!

Discos velhos, amor perdido. A gente escolhe o que quer ser

Escolhi um dos discos velhos que estão na estante,

Empoeirada - sempre.
Barulhento - as vezes.

Botei pra tocar e esse era bem barulhento, juvenil. O Kiss da minha geração. Não era fuga nem nada, foi só pra deixar claro que já tô sacando essa da vida. Ainda não fui convencido a entrar no jogo e deve ser por isso que troco o almoço da semana por caixas de cerveja toda noite.

Convencido - as vezes
Juvenil - sempre.

Me liguei que já deve fazer uns 10 anos que o disco reveza entre minhas estantes, entre as casas, entre as ruas e toda e qualquer gente que entrou, mesmo sem permissão, na minha vida.

Não que ao passar dos dias eu estacionei e sou o mesmo cara de anos atrás, mas no fim é meio que isso, a gente escolhe o que quer ser. Tem gente que nomeia demônio, idiotice, imaturidade. Mas vencer uma batalha contra nós mesmos é a maior das nossas vitórias. Realmente parece uma força maligna esses ventos que nos fazem cometer os mesmo erros e se curvar aos mesmos vícios, mas va lá, no fim a escolhe essas rotinas e é preciso muito para vencer.

A percepção é moldada por nós mesmos e não há quem nos faça crer que estamos errados. A gente escolhe o quer ser.

as vezes - eu lido com isso.
outras tantas - eu saio vencido.
quase nunca - eu venci.

Ganhar e perder é uma merda, quem foi que nos ensinou que devemos sempre ganhar e que isso é preciso?

Por hora eu acho melhor que os santos, puros e dogmáticos, fiquem longe.

Os mesmos discos refletem a mania, o erro, o descaso. A gente escolhe o quer ser?
 
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