segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O acaso em potes de vinagre

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011 1
Não tenho bebido muito ultimamente, nem desenhado, nem mesmo pra escrever eu tenho dedicado horas. O café esfria na mesa e os gritos enlouquecem as partículas suspensas no ar. Os dias velozes caminham e eu me arrasto pro escritório e passo as horas que restam pensando na vida, nas pessoas. No meu pai que sumiu tanto como eu e das pessoas que de alguma forma me despedi ou aceitei passar a vida por perto.

De banho tomado encaro o bife meio frito meio mal passado, vejo as notícias na teve e respondo os boas noites ao fim das tragédias diárias. Hoje nem dou a mínima pras vitimas da chuva, nem pra quantia de sal no arroz. Mas mantenho a pose, de cabelo penteado, roupas limpas e fico com o conforto de ter alguma quantia na conta.

Tenho lido bons livros inspiradores em suas medidas e elegantes como presentes. Estou preocupado demais nos pensamentos que não me importo se são estórias fantásticas ou possíveis. Se tem algo em comum com as mentiras que a pessoas dizem no bar. Já reparou como mentem nos balcões ou com uma garrafinha na mão? Acho isso uma habilidade incrível e confesso que as vezes eu tento. Penso nas minhas historias fantásticas que de fato aconteceram comigo e nas vezes que tentei conta-las. Penso nos olhares descrentes que me deram de troco. Com o mesmo troco que dou pra maioria das histórias que me contam. dai desisto, do conto, da tv e do bife morno.

Estou andando na linha e só penso o que seria se encontrasse meu anjo de morte, se sentiria ciúmes, se me mostrasse meus sonhos perdidos ou se dissesse que esses dias são a morte...

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Coquetel de amor para os dias viciados

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011 1
As vezes, muitas vezes a gente acorda.
Escova os dentes, bota umas roupas cheias de comfort.
Coleta os passes, acerta os relógios.
Morre em escritórios com ar-condicionado e café expresso.

Emite os bom dias e os boas tardes.
Esconde a face negra e olhos inchados da noite passada,
esconde os pensamentos sombrios,
de querer arrancar os braços do figura ao lado.

Por fim, ao cair a noite,
cai os dias,
os comuns de morte,
com o pensamento enganado,
achando que é alivio.

Eu só preciso de um jeito.
Ou pensar numa fórmula,
de fazer um molotov.
Ou um explosivo terrível.

Que queime nossos corpos,
que quebre nossos ossos.

Um que seja vermelho,
que deixe nossos dedos
buscando novas formas de nós mesmos.

Ou que nos estrondos,
acompanhe as palavras e os gemidos,
que seja um explosivo,
um coquetel poderoso.

Que arrebate a calmaria dos dias.
Que destrua as estruturas,
ou até a nós mesmos.

Só seja um raio que desperte
os desejos de um amor intenso.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Suspiros

terça-feira, 11 de janeiro de 2011 1
Suspiros, só quero viver pra ter seus suspiros
Provar suas curvas, seu calor
Te fazer morrer em meus cálidos braços

Me perder nos devaneios
Onde me beijas a boca
E eu toco seus seios...

Ver as roupas que caem pelo quarto
Os corpos se misturando entre sussuros
Onde nada além disso é perfeito

Me afogar em seus cabelos
Querer morrer deitado em seus seios
Pra nascer feliz entre suas pernas

Que gritem conosco as paredes
Que acordem vizinhos e reclamem
E que o pudor não nos alcance

Que não me peça nada, faça
Pois não lhe pedirei, farei

Que não contemos por vezes
Que contemos então por horas

E de novo, e de novo...
Até as pernas não obedecerem mais
Até o mundo acabar a nossa volta

E no fim, lá no ultimo sorriso
Estará grudada em mim como um cabelo
Presa a minha pele pelo suor que provocou

Um dia vou morrer, só isso é garantido
Mas se um último pedido tiver,
Quero estar apaixonado até os meus últimos suspiros
 
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