Tece o mundo lá fora um rosário
E eu rezo junto, mesmo sem crer
Escuto esses sussuros de disforra
Vejo nas ruas sangue e lágrimas a escorrer
Não vi mais decência ou clemência
Onde estarão os bons corações?
Se perderam nesse luto, nessa crença?
Onde a idéia de 1 mata milhões?
Nem sei se é mais ódio,
sei que me fere e cansa os olhos.
Quero a esperança de antes,
brotando no peito.
A certeza que nas mãos,
minutas mãos, haveria salvação.
E hoje me parece,
que ninguém quer ser salvo.
Vejo os bares cheios,
as vilas mortas.
Nem as igrejas mais,
gritam como antes.
Todos congelam na frequencia,
de microondas e televisores.
O gosto estúpido,
corta as paredes do estômago.
O balanço do trem cheio me deixa com nojo.
As pessoas viciadas nem percebem minha vista turva.
Esse discurso parece dos velhos russos,
que nem viram suas vilas floridas.
E eu, nem quero que termine,
quero ver essa cidade odiosa.
Quero sentir seus becos escuros,
seus bares mediocres.
Quero cortar meus braços,
e que essa noite estoure meus miolos.
mais uma vez.
Eu rezo junto sem crer.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
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Cara, esse é dos melhores de fato...
ResponderExcluirTodo nojo da vida ordinária, condenados que estamos a viver presos as nossas limitações e medos... F.O.D.A.