segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Coletivo Zero Cinco - Nasci da boa vontade de prostitutas!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Tece o mundo lá fora um rosário
E eu rezo junto, mesmo sem crer

Escuto esses sussuros de disforra
Vejo nas ruas sangue e lágrimas a escorrer

Não vi mais decência ou clemência
Onde estarão os bons corações?

Se perderam nesse luto, nessa crença?
Onde a idéia de 1 mata milhões?

Nem sei se é mais ódio,
sei que me fere e cansa os olhos.

Quero a esperança de antes,
brotando no peito.

A certeza que nas mãos,
minutas mãos, haveria salvação.

E hoje me parece,
que ninguém quer ser salvo.

Vejo os bares cheios,
as vilas mortas.

Nem as igrejas mais,
gritam como antes.

Todos congelam na frequencia,
de microondas e televisores.

O gosto estúpido,
corta as paredes do estômago.

O balanço do trem cheio me deixa com nojo.
As pessoas viciadas nem percebem minha vista turva.

Esse discurso parece dos velhos russos,
que nem viram suas vilas floridas.

E eu, nem quero que termine,
quero ver essa cidade odiosa.

Quero sentir seus becos escuros,
seus bares mediocres.

Quero cortar meus braços,
e que essa noite estoure meus miolos.

mais uma vez.
Eu rezo junto sem crer.

Um comentário:

  1. Cara, esse é dos melhores de fato...

    Todo nojo da vida ordinária, condenados que estamos a viver presos as nossas limitações e medos... F.O.D.A.

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