Tem café e cerveja, mas nada pra comer. É assim que sempre recepiciono os amigos lá no meu pequeno aparmento perto do centro. Café e cerveja e quase sempre água na geladeira. Comemoro sempre que abro a porta vencida pelo ferrugem e vejo a luz iluminando os azulejos manchados da cozinha, tem uma luz lá dentro. Ainda não cortaram a força.
Pausa pra abrir as latas enquanto a gente consente em silêncio que cortaram a força, a fome, a sede. Tiraram da gente a esperança, a vontade, a crença. Os encontros nossos são como se nunca tivéssemos pichados muros ou soltado grunhidos raivosos de extrema esquerda, hoje é assim, como se nunca tivéssemos levantado bandeira alguma. Antes a conversa era com menos cerveja, mas sempre caia em Stirner ou o que Hegel tinha a ver com sexo livre.
Hoje, sempre esbarramos nos títulos atrasados e falamos das mulheres e de aventuras que a cada ano ficam mais perigosas. Ao menos algo deve continuar pulsando. Tem café e cerveja, mas nada pra comer.
Ainda não cortaram a força, mas já não lembro quando dei a última palavra convicta da minha revolução sem leis.
sexta-feira, 24 de junho de 2011
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