sexta-feira, 17 de junho de 2011

Negro cardume da noite...

sexta-feira, 17 de junho de 2011
Negro cardume de rua
Suja rua que adormece
Perdidos sussuros pela noite
Faz da vida insuportável espera

E a noite faz de fantasma as estátuas
E transforma em ratos nossos seres
A noite que me leva e me aguarda
É a mesma noite que me mata e temo

Solta-me noite! Me deixe livre de você
Quero voltar a ser o que não fui...
Perdido, choroso... um resto de gosto
Um monstro de desgosto esperando morrer

Mendigos que mendigam moedas
Esperando um pouco mais de prazer
Sentinelas nestas ruas desertas
Donos das noites, perdido viver

Esqueçam as histórias infantis felizes
De meninas com príncepes pra salvar
As meninas que vejo ficam em portas de prédios
Onde o prazer tem preço e você pode pagar

Caçando a liberdade em notas de 50 amaçadas
Entre vestígios de crack, perdição e cocaína
Se consome muito, se consomem todos
Perdidas, escrotas, farrapos perdidas...

A marquise nos esconde, nos protege
Lá onde o fogo é fraco e permitido
Onde se misturam pernas e braços
E o amor é um pacto, de um povo ferido

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