Hoje senti saudades dos meus versos proféticos,
Deve ser as férias longas ou a idade destruidora [que afastam as minhas certezas]
Hoje senti saudades das minhas verdades,
As cegas e as possíveis.
Senti saudades das mesas
e quando a gente ria sem se preocupar.
As garrafas se acumulam na sala.
As roupas suadas exalam o cheiro nativo do álcool
E de um amor que se perdeu em algum lugar.
sexta-feira, 29 de abril de 2011
Arco e flecha aos querubins
você queria um bilhete
E eu atrás de um alívio.
Você queria atenção
E eu estar bem longe.
E eu atrás de um alívio.
Você queria atenção
E eu estar bem longe.
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Joan Jett do agreste
quinta-feira, 28 de abril de 2011
3
Faz tempo que perdi a habilidade de escrever as meias poesias que tantas vezes me convenci que eram boas. Faz tempo que ela ia no bar e ria comigo.E pensando nisso, hoje fiquei, no banco, solitário, alto nas minhas garrafas de cerveja. No mesmo bar esquecido, que nem ela e nem eu voltou mais. Só que hoje, hoje eu fiquei até mais tarde, no alto das minhas cervejas, nesse bar esquecido.
E as vezes ela volta, a minha Joan Jett do agreste, que mora perto da República com seus três gatos, que tem nomes que eu me recuso a decorar, só pra deixa-lá brava. E assim com três toques no meu ombro surje a moça de calça colada, cabelos negros e seu semblate soturno. A minha Joan Jett do agreste. Ainda bem que sem os gatos, mas com a mesma risada que tantas vezes decorou as madrugadas que a gente ficava enchendo a cara na sua sacada.
Ela diz que estava longe, bem longe, daqui e do agreste. Lança o riso, arranca um meu. Ela diz que sumi, eu arrisco, hesito, ela sabe.
Silêncio.
Seus olhos estudam o velho bar, acho que confere se algo mudou, se na janela ainda tem o mesmo pó de antes. Ela sabe, entende. Meu olhar no seu decote é como se disesse que no pó estamos nós, buscando refúgio em noites já vividas.
Eu encaro mais uma cerveja, ela encara seu meio martini meio éter concentrado. Passam duas horas e ela já sabe que eu nem mais hesito, que nem mais me arrisco. Ela fala que vai se mudar, pra um lugar melhor, onde os vizinhos não brigam tanto, onde o olhar do porteiro não reveze entre sua bunda e olhos congelados de pudor. Quem diria Joan Jett me convidando pra zombar o porteiro, pra uma bagunça de fazer inveja aos vizinhos, eu desvio, mesmo com a persistência de suas pernas.
Me permito o riso, agora ela é a moça aflita que defere carinho aos gatos e assustada convida um cara por noite pra zombar o porteiro e os vizinhos. Agora sou o cara que não hesito, não arrisco.
A Joan Jett dos meus sonhos, de um agreste próximo daqui, da praça da República deliquente, ajusta sua calça colada, vira de uma vez seu décimo meio martini meio éter concentrado e some com três toques no meu ombro.
E as vezes ela volta, a minha Joan Jett do agreste, que mora perto da República com seus três gatos, que tem nomes que eu me recuso a decorar, só pra deixa-lá brava. E assim com três toques no meu ombro surje a moça de calça colada, cabelos negros e seu semblate soturno. A minha Joan Jett do agreste. Ainda bem que sem os gatos, mas com a mesma risada que tantas vezes decorou as madrugadas que a gente ficava enchendo a cara na sua sacada.
Ela diz que estava longe, bem longe, daqui e do agreste. Lança o riso, arranca um meu. Ela diz que sumi, eu arrisco, hesito, ela sabe.
Silêncio.
Seus olhos estudam o velho bar, acho que confere se algo mudou, se na janela ainda tem o mesmo pó de antes. Ela sabe, entende. Meu olhar no seu decote é como se disesse que no pó estamos nós, buscando refúgio em noites já vividas.
Eu encaro mais uma cerveja, ela encara seu meio martini meio éter concentrado. Passam duas horas e ela já sabe que eu nem mais hesito, que nem mais me arrisco. Ela fala que vai se mudar, pra um lugar melhor, onde os vizinhos não brigam tanto, onde o olhar do porteiro não reveze entre sua bunda e olhos congelados de pudor. Quem diria Joan Jett me convidando pra zombar o porteiro, pra uma bagunça de fazer inveja aos vizinhos, eu desvio, mesmo com a persistência de suas pernas.
Me permito o riso, agora ela é a moça aflita que defere carinho aos gatos e assustada convida um cara por noite pra zombar o porteiro e os vizinhos. Agora sou o cara que não hesito, não arrisco.
A Joan Jett dos meus sonhos, de um agreste próximo daqui, da praça da República deliquente, ajusta sua calça colada, vira de uma vez seu décimo meio martini meio éter concentrado e some com três toques no meu ombro.
domingo, 24 de abril de 2011
Gosto de cigarro II
domingo, 24 de abril de 2011
0
Gosto de cigarro
Cheiro de cigarro
Nas roupas, no cabelo
Nas mãos, nos dedos
Cigarro que na mão aos poucos queima
E é sugado com a vontade que nós sugamos a noite
E como nós se desfaz pelas bocas
Fascina-me a fumaça,
que dança e some, livre no ar
No fim é um demônio!
Que entrega prazer e,
como troco, lhe rouba uns dias
E lhe dá sorriso, motivos pra conversar
Nessa calçada lotada, na frente do bar
Mas quem se importa?
Gosto do cigarro
Do cheiro do cigarro
Do asco das pessoas
Dos olhares de reprovação
Eu quero mesmo é uma enfisema!
Por isso, essa noite,
eu lhe chamo pra sair
Para que dance livre no ar
E me dê mais motivos pra sorrir
Você, a fumaça e o prazer
Sem saber onde vamos parar
Esperando qualquer coisa acontecer
Só quero que se desfaça em minha boca
Mesmo que me deixe negro por dentro
Deixe seu cheiro incrustado em minha roupa
Até chegar no filtro,
Me jogue no chão!
Mas pise em mim...
ainda estarei acesso!
Cheiro de cigarro
Nas roupas, no cabelo
Nas mãos, nos dedos
Cigarro que na mão aos poucos queima
E é sugado com a vontade que nós sugamos a noite
E como nós se desfaz pelas bocas
Fascina-me a fumaça,
que dança e some, livre no ar
No fim é um demônio!
Que entrega prazer e,
como troco, lhe rouba uns dias
E lhe dá sorriso, motivos pra conversar
Nessa calçada lotada, na frente do bar
Mas quem se importa?
Gosto do cigarro
Do cheiro do cigarro
Do asco das pessoas
Dos olhares de reprovação
Eu quero mesmo é uma enfisema!
Por isso, essa noite,
eu lhe chamo pra sair
Para que dance livre no ar
E me dê mais motivos pra sorrir
Você, a fumaça e o prazer
Sem saber onde vamos parar
Esperando qualquer coisa acontecer
Só quero que se desfaça em minha boca
Mesmo que me deixe negro por dentro
Deixe seu cheiro incrustado em minha roupa
Até chegar no filtro,
Me jogue no chão!
Mas pise em mim...
ainda estarei acesso!
Eu queria jogar fora seu sorriso
Brilha, brilha o fogo que me queima
Castiga! A azia e a dor que desnorteia
Mentira... o fogo e a vida descem a ladeira
Saudades, do calor da flor que me odeia
Na verdade não há mais nada que me incendeia
A não ser o fogo que me toca o fogo que me beija
Desperdício, me desperdiço, me quebro
Sou pouco, sou cinza... um calor que se esvai
Queria torrar meus pensamentos amorosos
No calor que deixou acesso no meu peito
Eu queria jogar fora seu sorriso
Quero... desejo
Eu não posso!
Ouço o barulho vago do gás
Respirar...
Respirar...
Falecer!
Castiga! A azia e a dor que desnorteia
Mentira... o fogo e a vida descem a ladeira
Saudades, do calor da flor que me odeia
Na verdade não há mais nada que me incendeia
A não ser o fogo que me toca o fogo que me beija
Desperdício, me desperdiço, me quebro
Sou pouco, sou cinza... um calor que se esvai
Queria torrar meus pensamentos amorosos
No calor que deixou acesso no meu peito
Eu queria jogar fora seu sorriso
Quero... desejo
Eu não posso!
Ouço o barulho vago do gás
Respirar...
Respirar...
Falecer!
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Olhos e pele branca
sexta-feira, 22 de abril de 2011
0
Olhos e pele branca... branca flor que sorri
Olhos em que me perco, e me perco feliz
Na dor de não lhe ter e, sei lá, se vc me vê
Nos eternos caminhos errados de nunca saber
Me arrisco e me jogo, grito pra você me olhar?
Ou vou aos poucos, jogando, esperando tu perceber?
Não há certo se o que sinto nem me permite raciocinar
E nem errado se o que quero se resume a você...
No balançar do seu cabelo espero a vida me levar
Me tira do centro, concentração que vai embora...
Não sei se o cabelo ou a nuca que me faz sonhar
Sei que meus olhos ao te ver são os olhos de quem adora.
Assino ou não assino o que quero lhe contar?
Sobre a pele branca coberta de roupas sempre escuras
E passam horas do meu dia e vou sorrir do seu all star
Imaginando se um dia será minha essa felicidade pura...
Olhos em que me perco, e me perco feliz
Na dor de não lhe ter e, sei lá, se vc me vê
Nos eternos caminhos errados de nunca saber
Me arrisco e me jogo, grito pra você me olhar?
Ou vou aos poucos, jogando, esperando tu perceber?
Não há certo se o que sinto nem me permite raciocinar
E nem errado se o que quero se resume a você...
No balançar do seu cabelo espero a vida me levar
Me tira do centro, concentração que vai embora...
Não sei se o cabelo ou a nuca que me faz sonhar
Sei que meus olhos ao te ver são os olhos de quem adora.
Assino ou não assino o que quero lhe contar?
Sobre a pele branca coberta de roupas sempre escuras
E passam horas do meu dia e vou sorrir do seu all star
Imaginando se um dia será minha essa felicidade pura...
terça-feira, 19 de abril de 2011
A noite que leva
terça-feira, 19 de abril de 2011
4
Com pompa e satisfação
A noite vem e anuncia:
É proxima a hora que os dêmonios chegarão.
A noite dilacera
e o câncer toma meus dedos,
os pulsos, caem os cabelos.
Já não sou eu no espelho...
Não, já não sou.
Segurando o braço da noite.
Que arrasta esse moribundo,
com as unhas de descuido
e a pele suja que essa morte me deixou.
E não tinha anjos pra salvar
E acho que nem queria ser salvo
De nada me valeria um ser sem sexo
Meio inocente pagando pecado alheio,
meio idiota levado na maré.
Será que tem culpa quem não sabe o que quer?
Ela diz que foi erro,
desespero.
Ela diz tanta coisa...
E logo ela que criticava a vaidade de outra.
Se enrolou tanto...
Que não importa mesmo o que diabos ela falou.
Fiquei triste, junto aos meus dêmonios,
por ver ela ir, com seus erros,
palavras e sua inútil vaidade.
A noite vem e anuncia:
É proxima a hora que os dêmonios chegarão.
A noite dilacera
e o câncer toma meus dedos,
os pulsos, caem os cabelos.
Já não sou eu no espelho...
Não, já não sou.
Segurando o braço da noite.
Que arrasta esse moribundo,
com as unhas de descuido
e a pele suja que essa morte me deixou.
E não tinha anjos pra salvar
E acho que nem queria ser salvo
De nada me valeria um ser sem sexo
Meio inocente pagando pecado alheio,
meio idiota levado na maré.
Será que tem culpa quem não sabe o que quer?
Ela diz que foi erro,
desespero.
Ela diz tanta coisa...
E logo ela que criticava a vaidade de outra.
Se enrolou tanto...
Que não importa mesmo o que diabos ela falou.
Fiquei triste, junto aos meus dêmonios,
por ver ela ir, com seus erros,
palavras e sua inútil vaidade.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Esse é o relato mais triste que já se ouviu falar.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
0
Eu nunca fui bom em previsões, sou desatento demais pra isso. Sou um desses avoados, como diz minha vizinha. Mas já faz umas semanas que sinto algo estranho, me sinto mais deslocado que o normal. Ela me beija e foge dos meus olhos, ainda assim diz que me ama, mas não sei. Esses tempos, são de mudança, de escritórios friorentos e coxinha no almoço. E ela, diz que me ama.
Esses tempos estou averso aos amigos, ao chefe, a ela e a mim mesmo, pois fiquei desconfiado demais, solitário demais. Acho que tinha um pouco das previsões, que de subito iam me atacar, dessa vez eu senti bem na goela, e ficou entalada. Ah meu amor, as minhas previsões dessa vez foram um tiro, foda-se o alvo. Um tiro.
E hoje quando subi aquela rua, na quase uma hora de espera eu fiquei pensando num jeito de escarrar esse troço, que agora eu chamo de previsões. Subi a rua num tom de despedida, tive a certeza que seria o fim, lembrei das histórias que tive naquela rua, muito antes dela voltar.
Daí senti saudade, quando era um sujeito meio Kerouac sem Cassady, ou quando era os dois juntos, pensei nas vezes que flutuei nessa rua bêbado, quando fui roubado nela e quando eu que roubei. Essa mesma rua que moram as garotas da faculdade ao lado, a rua que elas vão pro bar e robotizam tudo pra não perder o penteado. Continuo um tanto inconsequente, mas a idade me deu uma certa sobriedade pra sacar que isso passa, como as garotas no bar, como essa rua, que hoje, tive a certeza que nunca mais vou ver.
É assim com um tanto de gente, tem as que nunca mais voltam, tem as que somem e desaparecem. Como as ruas que a gente vira a toda hora, sobe, desliza. Tem as placas sem nome, as esquecidas e as sem saída.
Estou averso a esse monte de falácia.
Dessa vez eu disse adeus, pude entender que as coisas tem um fim. Que a gente muda depressa, a idade não nos abateu tanto assim, amanhã a gente muda de opinião, de roupa, muda os sonhos e inclinação politica. Não, isso nada tem a ver com fugacidade, só sangue, desespero de quem acha que a vida pode sumir mais rápido que a gente dê conta.
Já virei pra outra rua, seu nome? nem me importo.
Adeus.
Esses tempos estou averso aos amigos, ao chefe, a ela e a mim mesmo, pois fiquei desconfiado demais, solitário demais. Acho que tinha um pouco das previsões, que de subito iam me atacar, dessa vez eu senti bem na goela, e ficou entalada. Ah meu amor, as minhas previsões dessa vez foram um tiro, foda-se o alvo. Um tiro.
E hoje quando subi aquela rua, na quase uma hora de espera eu fiquei pensando num jeito de escarrar esse troço, que agora eu chamo de previsões. Subi a rua num tom de despedida, tive a certeza que seria o fim, lembrei das histórias que tive naquela rua, muito antes dela voltar.
Daí senti saudade, quando era um sujeito meio Kerouac sem Cassady, ou quando era os dois juntos, pensei nas vezes que flutuei nessa rua bêbado, quando fui roubado nela e quando eu que roubei. Essa mesma rua que moram as garotas da faculdade ao lado, a rua que elas vão pro bar e robotizam tudo pra não perder o penteado. Continuo um tanto inconsequente, mas a idade me deu uma certa sobriedade pra sacar que isso passa, como as garotas no bar, como essa rua, que hoje, tive a certeza que nunca mais vou ver.
É assim com um tanto de gente, tem as que nunca mais voltam, tem as que somem e desaparecem. Como as ruas que a gente vira a toda hora, sobe, desliza. Tem as placas sem nome, as esquecidas e as sem saída.
Estou averso a esse monte de falácia.
Dessa vez eu disse adeus, pude entender que as coisas tem um fim. Que a gente muda depressa, a idade não nos abateu tanto assim, amanhã a gente muda de opinião, de roupa, muda os sonhos e inclinação politica. Não, isso nada tem a ver com fugacidade, só sangue, desespero de quem acha que a vida pode sumir mais rápido que a gente dê conta.
Já virei pra outra rua, seu nome? nem me importo.
Adeus.
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Uma menina suja e bem vestida
quinta-feira, 14 de abril de 2011
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Noite fria de São Paulo
Maldita São Paulo estéril
Onde mentiras são contadas
Onde verdades são mentidas
A suja e linda São Paulo megera
Dos becos e dos viciados zumbis
Que alucinados brigam pela última pedra
Tragando a morte pra ser um segundo feliz
Dicotômica cidade de felicidade a ruir
Dos bares lotados de sorrisos
Dos shoppings, templos pra se consumir
Das putas sujas e seus perigos
Da noite livre onde manda a grana
Dos carros cinzas de vidros fechados
Dos moleques, pelas ruas, que ela ama
Que roubam, sorrindo, os carros parados
Onde o balcão do bar vira teatro
E bêbados falantes são atores
De uma peça onde não há errado
E esses bêbados fracassados são senhores
A São Paulo da noite fria
Fria São Paulo que finge não ver
Que em suas periferias se faz a sangria
Do povo que faz a cidade acontecer
Perfeita São Paulo que olho com horror
Uma menina suja e bem vestida
Que não desfruta da paz merecida
Mas vê no peito de todos seu amor
Amor tão profano por uma mãe que desejo
Que despedaça nas calçadas sujas do medo
Despertando com o frio da goroa suja
De um sonho onde minha alma arrependida era sua
Maldita São Paulo estéril
Onde mentiras são contadas
Onde verdades são mentidas
A suja e linda São Paulo megera
Dos becos e dos viciados zumbis
Que alucinados brigam pela última pedra
Tragando a morte pra ser um segundo feliz
Dicotômica cidade de felicidade a ruir
Dos bares lotados de sorrisos
Dos shoppings, templos pra se consumir
Das putas sujas e seus perigos
Da noite livre onde manda a grana
Dos carros cinzas de vidros fechados
Dos moleques, pelas ruas, que ela ama
Que roubam, sorrindo, os carros parados
Onde o balcão do bar vira teatro
E bêbados falantes são atores
De uma peça onde não há errado
E esses bêbados fracassados são senhores
A São Paulo da noite fria
Fria São Paulo que finge não ver
Que em suas periferias se faz a sangria
Do povo que faz a cidade acontecer
Perfeita São Paulo que olho com horror
Uma menina suja e bem vestida
Que não desfruta da paz merecida
Mas vê no peito de todos seu amor
Amor tão profano por uma mãe que desejo
Que despedaça nas calçadas sujas do medo
Despertando com o frio da goroa suja
De um sonho onde minha alma arrependida era sua
quarta-feira, 13 de abril de 2011
C(h)eia de Dentes
quarta-feira, 13 de abril de 2011
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Todos rodeiam a ceia.
Com dentes a mostra,
meio corcundas e ariscos.
Todos rodeiam a ceia.
Como hienas.
Sorrateiros.
As moças e seus olhares inocentes,
os homens e seus musculos relaxados.
Todos imersos em seus erros,
encobertos com suas sujeiras.
Já esperam o pior das suas companhias.
Exalam veneno e enchem a cara.
Escorpiões estrangeiros preparam o seu rabo
em serpentários malignos
Como travestis prontos a atacar
Segurando suas esperanças, seu amor
Já que não há nada mais que se possa perdoar
Mentiras são, mentira é.
As meninas perdidas em absintos
Sentidas meninas sem pudor
Caçando, sôfregas, a redenção
Com seus homens soltos pelas ruas
Porcos homens otários sem saber
Para onde corre seu desejo, seu prazer
E na velha ceia pintada na parede
De uma velha igreja longe daqui
Onde santos sentavam-se a mesa
Havia já um traidor a sorrir
Com dentes a mostra,
meio corcundas e ariscos.
Todos rodeiam a ceia.
Como hienas.
Sorrateiros.
As moças e seus olhares inocentes,
os homens e seus musculos relaxados.
Todos imersos em seus erros,
encobertos com suas sujeiras.
Já esperam o pior das suas companhias.
Exalam veneno e enchem a cara.
Escorpiões estrangeiros preparam o seu rabo
em serpentários malignos
Como travestis prontos a atacar
Segurando suas esperanças, seu amor
Já que não há nada mais que se possa perdoar
Mentiras são, mentira é.
As meninas perdidas em absintos
Sentidas meninas sem pudor
Caçando, sôfregas, a redenção
Com seus homens soltos pelas ruas
Porcos homens otários sem saber
Para onde corre seu desejo, seu prazer
E na velha ceia pintada na parede
De uma velha igreja longe daqui
Onde santos sentavam-se a mesa
Havia já um traidor a sorrir
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Perfume... de mulher
quinta-feira, 7 de abril de 2011
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Tem essas memórias, adormecidas.
Que explodem em cada nuance,
das minhas destreinadas narinas.
Fico em transe, in vitro.
Nesse instante fico fraco.
Analfabeto.
Poeta.
Aos poucos a vista volta,
os sentidos acendem.
Toda vez que isso acontece
eu fico mais certo.
se um dia escrever algo decente sobre perfume de mulher,
é hora de levarem minha consciência, meus ossos,
o juízo que me resta ou até minha alma.
Se um dia escrever algo decente sobre perfume de mulher.
Que explodem em cada nuance,
das minhas destreinadas narinas.
Fico em transe, in vitro.
Nesse instante fico fraco.
Analfabeto.
Poeta.
Aos poucos a vista volta,
os sentidos acendem.
Toda vez que isso acontece
eu fico mais certo.
se um dia escrever algo decente sobre perfume de mulher,
é hora de levarem minha consciência, meus ossos,
o juízo que me resta ou até minha alma.
Se um dia escrever algo decente sobre perfume de mulher.
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Cinzas que falam
quarta-feira, 6 de abril de 2011
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Brilha, brilha o fogo que me queima
Castiga, a asia e a dor que desnorteia
Mentira, fogo e vida descem a ladeira
Saudades, do calor da flor que me odeia
Na verdade não há mais nada que me incendeia
A não ser o fogo que me toca e me beija
Desperdício, me desperdiço... me quebro
Sou pouco, sou cinza, calor que se esvai
Queria torrar meus pensamentos amorosos
No fogo que deixou acesso no meu peito
Queria jogar fora seu sorriso
Quero, desejo... não posso
Ouço o barulho vago do gás
Respirar... respirar... falecer...
Castiga, a asia e a dor que desnorteia
Mentira, fogo e vida descem a ladeira
Saudades, do calor da flor que me odeia
Na verdade não há mais nada que me incendeia
A não ser o fogo que me toca e me beija
Desperdício, me desperdiço... me quebro
Sou pouco, sou cinza, calor que se esvai
Queria torrar meus pensamentos amorosos
No fogo que deixou acesso no meu peito
Queria jogar fora seu sorriso
Quero, desejo... não posso
Ouço o barulho vago do gás
Respirar... respirar... falecer...
terça-feira, 5 de abril de 2011
A noite vem...
terça-feira, 5 de abril de 2011
0
Vem a noite do abraço frio
Vem a noite, a noite que me partiu
Com seus olhos viciados,
de vidros velhos e trincados.
Vem a noite, a noite louca
Que fedendo a cigarro me beija a boca
Que me esconde em sofás sujos,
Com cheiro de sexo, imundos
Vem a noite, não quero saber
Se tudo der certo, vou me foder
Pra rastejar entre as vielas,
E quase decrépito procuro suas pernas
Vem a noite, a noite vem
E no fim da noite ninguém tem ninguém
Nessa noite longa, onde todo sim foi não
Quem foi esperto não esperou nenhuma salvação.
Vem a noite, a noite livre
E quando a noite acaba ninguém mais vive...
Vem a noite, a noite que me partiu
Com seus olhos viciados,
de vidros velhos e trincados.
Vem a noite, a noite louca
Que fedendo a cigarro me beija a boca
Que me esconde em sofás sujos,
Com cheiro de sexo, imundos
Vem a noite, não quero saber
Se tudo der certo, vou me foder
Pra rastejar entre as vielas,
E quase decrépito procuro suas pernas
Vem a noite, a noite vem
E no fim da noite ninguém tem ninguém
Nessa noite longa, onde todo sim foi não
Quem foi esperto não esperou nenhuma salvação.
Vem a noite, a noite livre
E quando a noite acaba ninguém mais vive...
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