domingo, 22 de maio de 2011

Teorema

domingo, 22 de maio de 2011
Quis fazer da vida um teorema matemático.
Uma equação que a soma dos catetos,
Me dê seus dedos equivocados.

Pensei no Laplace bebendo pinga,
e nos sistemas insolúveis que me deparei.
Dai os corolários e os teoremas.

Bem dizer, quis ver ordem em tudo,
Nos seus bom dias e quando grita na cama.
Botar umas rédeas nesses alfas e betas.

Passei horas encarando Clairaut-Schwarz.
E me senti um delta menor, meio pobre, um tanto mendigo.
Depois de noites cheguei na solução, desses seus olhos de indiferença.

Somatórias me reduzem num átomo aflito,
Dividido, sufocado, viajando em fractais [e nas pernas de boas moças.]
Leibniz, que deixou esse pó vencido, trouxe a mim o entendimento,
Do pensar estranho das garotas sem rosto que eu conheci.

Na impotência do meu intelecto, roubei escritos e sumi na escuridão,
Com vergonha fugi nesses lugares de gente estranha e bebida barata.
Só no calor dos tragos de conhaque e de carinhos ordinários,
que entendi a força dos afetos.

Isso não é um discurso e nem um método,
Descartes com seus sonhos irreais
só me deram chance de ir embora.

Carregando o mistério da vida,
Desordenado entre papeis e breves histórias de amor.
Desiludido entre dias comuns, noites de suor e baixaria.

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