quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Fiz dos teus secretos pêlos meu confessionário
e minhas mãos as tiveram como se fossem as únicas.
Minhas puras e divinas moças,
pra se perder nesses lençóis maldosos.
Assutadas as paredes me deram golpes,
por ouvir seus gemidos, de todas as intensidades.
E eu na calmaria, arruinado pelo cansaço,
disse baixinho enquanto uma delas dormia.
Declarei a minha terrível verdade.
Que penso sim, ser pra todas elas,
o melhor dos amantes.
O único sangue que vão lembrar,
quando o calor tomar o meio de suas pernas.
Quero ser pra todas a lembrança mais profana.
O desejo que lhe roube o folêgo e seja as minhas mãos,
o lugar certo pra deitar seus seios.
E quando fechar os olhos na noite,
entregar pra mim o último pensamento.
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Matadores, Cânfora e amores
Foi por isso me juntei aos detestáveis dessa cidade nessa noite friorenta, pois sempre preciso de um retiro espiritual, em cada último sopro ofegante de cada ser horrendo que extermino eu congelo e as imagens pipocam na minha cabeça. Estar junto com os vermes me faz sentir melhor, porque de algum modo me sinto como eles, escondo minha cara, com certo receio que percebam nos meus olhos o desespero dos estranhos que tive que aniquilar. E acumulo, desespero desses estranhos, quiserá eu botar em potes ou deixar em doses toda vez que levo as flores no triste funeral. É, sempre apareço nos funerais, deve ser pra se confirmar o sucesso do serviço, talvez. Verdade é que eu sempre volto. Sempre apareço.
Me atormenta toda vez que recebo notícias, seja de longe, ou de perto. Deve ser por isso que é dificil de me encontrar, estou nessa eterna fuga, das noticias, dos olhares. Só confio nas minhas mãos plenas e no ouvido treinado.
Sim, ando atormentado. As noticas não param e como vingança estão todas no meu colo, pulsando e pulsando. O passado com vestido de noiva, o choro das mulheres viúvas, as crianças descontroladas, estão aqui, todas me encarando. Nem minhas mãos puderam contar e nem pude ouvi-las se aproximar. Se assim fosse, daria tempo de ir embora outra vez.
Ir embora outra vez.
Ir embora outra vez.
Eu acendo um cigarro e monto minha cara de matador terrível. A fumaça me enche o peito e fico na espera do sono me pegar.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Coletivo Zero Cinco - Nasci da boa vontade de prostitutas!
E eu rezo junto, mesmo sem crer
Escuto esses sussuros de disforra
Vejo nas ruas sangue e lágrimas a escorrer
Não vi mais decência ou clemência
Onde estarão os bons corações?
Se perderam nesse luto, nessa crença?
Onde a idéia de 1 mata milhões?
Nem sei se é mais ódio,
sei que me fere e cansa os olhos.
Quero a esperança de antes,
brotando no peito.
A certeza que nas mãos,
minutas mãos, haveria salvação.
E hoje me parece,
que ninguém quer ser salvo.
Vejo os bares cheios,
as vilas mortas.
Nem as igrejas mais,
gritam como antes.
Todos congelam na frequencia,
de microondas e televisores.
O gosto estúpido,
corta as paredes do estômago.
O balanço do trem cheio me deixa com nojo.
As pessoas viciadas nem percebem minha vista turva.
Esse discurso parece dos velhos russos,
que nem viram suas vilas floridas.
E eu, nem quero que termine,
quero ver essa cidade odiosa.
Quero sentir seus becos escuros,
seus bares mediocres.
Quero cortar meus braços,
e que essa noite estoure meus miolos.
mais uma vez.
Eu rezo junto sem crer.
domingo, 20 de dezembro de 2009
Só queria ficar em silêncio...
Na verdade eu nem queria falar...
Queria era ouvir essa sinfonia
Que ouço pela rua ao caminhar
Mas eu acabo falando mesmo...
Essa boca fica aberta
Vejo palavras a saltar:
Está tão claro que não sou mais belo
Que me parece perda tempo me olhar
Sim, já faz muito tempo que não sou o que quero
E nem me desejo, sou alguém pra se cansar!
Estou fraco hoje, então vá embora
Não converse comigo, nem tente me alegrar
Outro dia quem sabe, chega a disforra
Hoje minha flor, é melhor eu me deitar...
Não disse que falaria?
E olho essas frases ai em cima...
Estou quase feliz... quem diria?
Ainda passeio essas mãos pelo teclado
Hoje nem preciso olhar pra tela
Tem palavras que conheço, que são o meu fardo
Alegria, amor, culpa, morte e vela!
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Coletivo Zero Quatro
Via cada minuto solto
Estourar minha carne com um açoite
E era tão clara a dor
Via o céu borrar
Um desejo se abria em flor
Tinha medo de partir
Não tinha motivos pra ficar
Mas quem diga que venci os lençóis.
Faz tempo, Amor, que dexei de guerrear.
E fiquei até o fim,
só pra poder ver o final.
E entre minhas armas falhas,
meu corpo seco e arruinado,
entrelacei meus braços aos seus.
meu corpo quente ao teu.
E fiquei, derrotado pelo clima quente,
entregue nessa cama e quarto escuro.
Com a culpa corroendo.
Incomodado pelo silêncio.
[ eu devia ir pra casa ]
Não que eu tenha nojo do lençol manchado,
nem da sua maquiagem borrada,
mas sabe, Amor, eu não tenho motivos pra ficar.
Eu miro o olhar no teto e desisto.
Lá fora continua me assustando
e encarar nossas faces pecadoras
me espanta.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Pausa 01
Os dias vieram e foram arrebatadores, deixaram suas marcas e vão continuar sendo cruéis. E vamos indo, com as marcas todas ou com tudo resolvido. O processo pode demorar anos, dias, meses, quem sabe?
Pode ser que visite os piores lugares desse mundo, ou que sinta o cheiro do inferno. Pode ser. Só me diga que voltará revigorado e muito melhor que a ida. Pois é assim, que os dias foram, entre os muquifos estranhos, com gente estranha. Gente faminta e remendada, gente com tristeza no olhar. Quem foi que levou todos os sonhos? Os delas e alguns dos meus? Não vale dizer que foi os dias... Talvez começamos tudo errado, certos que daria tudo certo. Pois mais que se creia o mundo não será mudado, ele é tão estranho como nós. Perfeito, não acha? Tem os lugares sujos, pessoas sujas, lugares puros e pessoas puras...
Tem desejo, e gente desejando. Tem mares de pecado e pecadores de sobra. Ah! uma puta sinfonia regida pelo tempo. Dá pra degustar de tudo, me dei conta assim, olhando pro calendário. Dos sias todos, os comuns, os infernais, os puros, os apaixonantes, os amorosos... Dias e dias.
Eu devo agradecer, eles foram arrebatadores
terça-feira, 10 de novembro de 2009
No Caminho do Busão!
Deve ser esse horário de verão
Com esse sol a pino
Do lado esquerdo do busão
E é engraçado, a Tupi FM tocando
O busão singrando entre as faixas
E eu, como uma maldita estátua
Não me sinto de fato onde estou
Me jogo no meu mundo
As vezes tenho certeza que sou autista
Crio conversas, situações...
E o trânsito para, ai eu olho e...
Bom nem parece que é comigo
Agora que o fone de ouvido quebrou
Tenho achado cada vez mais fastiante o caminho
As pessoas falam sobre outras pessoas
E nada falam que me faça me mover
E é bom que não o façam!!
Afinal posso estar conversando com alguém!
Dentro da minha cabeça acontecem coisas...
E essas me fazem sorrir!
sábado, 7 de novembro de 2009
Chato!
E me dão sempre muito sono...
Estou cansado disso tudo ai...
E acordo tarde, durmo tarde...
Espero nunca encontrar ninguém pra onde vou
E mesmo assim eles me cansam...
Esses garotos com celulares arrotando Funk
Essas meninas de mini-saias gritando e rindo
Os amigos que falam alto e bebem... me cansam!
E não me venha falar em idade, em chatice minha
Essas pessoas é que não se tocam!
Quem foi que disse que eu mereço ouvir a nova MC Créw?!?
Ou que quero ver decotes de seios imberbes de menininhas assanhadas?!?
O mundo anda tão mal-educado e sem noção
Que sinto, aqui sentado esperando o murmurio passar
Que o melhor a fazer é dizer sempre não!
Bloco de Notas UM
Sabe, ainda num sei porque meus poemas escrevo nele.
Deve ser pela simplicidade, pela falta de recursos
Assim como ele os meus poemas são simples, simples e pobres
E hoje não desejo dizer nada de novo, entende?
Só queria saber o que meus dedos querem falar
Os joguei sobre o teclado e fiquei a espera
E eles começaram, quase sozinhos, a digitar
E eu, que vi amores nascerem e morrerem
Eu que assisti amigos partirem e voltarem
Que já toquei pessoas em tantas oportunidades
O que hoje mais queria era ser tocado
Não esse toque vulgar de quando alguém te pede licença
Ou quando alguém esbarra contigo no busão
Mas o toque de um pedinte cantando uma musica velha
Um belo sorriso, uma gargalhada, um pouco de emoção
Nesses ternos velhos que ainda uso (isso é uma metáfora tá?)
Já nem sinto mais a graça que sentia
E dos meus olhos brota o resultado desse desuso
Queria voltar a ser o cara que na foto sempre sorria
E ainda sou, mas não sinto mais
E agora, depois de começar a escrever sem vontade
Disse a mim mesmo tanta coisa, tanta meia-verdade
Que, perdão platéia, agora eu vou parar...
domingo, 25 de outubro de 2009
Coisas a Dizer
/não posso negar que queria falar\
/tinha coisas que queria ver\
\de diversas formas queria amar/
......................................
/Tenho certeza: tinha mais coisas a dizer\
/Mas pensava que era tarde, queria descansar\
/e mais um dia passava... e ficava sem saber...\
\o que faria se tivesse coragem de falar?/
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/Acho que não falei ainda, mas... tinha coisas a dizer\
/Queria falar da dor, de poder pensar, de se destrair\
/Queria te jogar pra rua, te fazer sentir o cheiro de sair\
\Iria contar uma piada bem suja, tão suja que nem iria sorrir/
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/Não tenho mais tempo a perder... e tenho coisas a dizer\
/Falar sobre a sorte de poder amar, de ter amigos, de chorar\
/Contar como é bom ter alguém pra te esquecer...\
E poder esquecer alguém pra variar...
\Vou dizer que tem tanto ainda por fazer, que nem fale a pena falar/
.....................................................................
Hoje vou dormir com dúvidas... e com um sorriso impertinente
Amanhã vou dizer bom dia... vou fazer o que tenho que fazer...
Não sei se acordarei melhor... mas tenho que admitir amigos...
Ficarei feliz de poder acordar... e não perder mais tempo sem dizer.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Breve Maldade
Quase posso dizer que adorava
Mas era calmo... fosco e sombrio
Algo que sumia, mas que não passava
E era tarde já, passava o seu tempo
E mesmo com a certeza brilhando...
Era algo corrido... um breve lamento
Mas era bom, e interminável...
Uma maldade que não machucava ninguém
E era eu de novo jovem, indomável!
No corpo dela era como se eu fosse outrem
Era meu nome que dizia
Entre gemidos, sussuros
E nos seus cabelos me perdia
Entre seus fios escuros...
Breve e interminável
Adorável e sombrio
E o prazer era a única verdade
Dentre as mentiras que sorri...
Coletivo Zero 3 - 1.111
1.111 pessoas vão sorrir, com mais um show da globo a me fazer dormir
1.111 pessoas vão chorar, com o final de uma novela que ninguém gostava
1.111 pessoas vão sofrer, como a grande maioria que sofre todo dia
1.111 pessoas talvez morram num atentado terrorista em que ninguém sabe ao certo onde entra tanto ódio [essa eu lembrei do 11 de setembro]
1.111 pessoas vão amar em pequenos quartos semi-iluminados e trocar segredos mudos ao pé do ouvido
1.111 pessoas vão perder, nem que seja um dia na vida, toda a sua fortuna só para sentir a brutalidade de ser pobre
1.111 pessoas vão carecer, de sentir todas as veias infladas e o corpo quente.
1.111 pessoas vão beber, mas beber muito, para deixar na testa a marca da sarjeta.
1.111 pessoas vão correr, mesmo que não se saiba o destino, porque? porque a vida passa rápido.
1.111 pessoas vão levantar uma bandeira, nem que seja para dizer que fazem parte de um grupo e tem suas ideologias.
1.111 pessoas vão se sentir sozinhas, mesmo sem saber que existe 1.110 pessoas como ela
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Outra Noite em Claro...
Procurando a cada esquina um pouco de razão
Separando as pernas pra mijar... bêbado, sempre...
E surpresa!! Não encontrei novamente nada...
A não ser eu mesmo... e meus pedaços pelo chão
Já não lembro o que bebi, e nem com quem bebi...
E só sei que bebi porque sinto o gosto a cada tosse.
Ainda corro pelas noites quase sem perceber
Mesmo sabendo que nada vou encontrar...
nenhuma novidade existirá pra ver, nada irá me tocar
A não ser o que já estou cansado de ver e escutar
Eu choro às vezes, isso posso falar...
Mas não crianças, não molho a franja
Não borro a maquiagem, não sinto vontade de cantar
Não tiro fotos pra publicar... me escondo de mim mesmo!
E lá estou novamente, me olhando no espelho do boteco
Não tem água pra descarga, só tem água na torneira...
Lavo as mãos, e se estivesse são, quem sabe...
Poderia ter nojo de pegar na torneira, de me sujar
Mas não estou, novamente não estou...
E nem queria estar, quem se estivesse são
Não dormiria o caminho todo pra voltar
Quem sabe, se estivesse são, não iria voltar pra cara
A beleza de beber, é como quando tomamos morfina...
Sabemos que a dor está lá, mas não sentimos mais...
Queria mesmo acreditar que isso é melhor, que é feliz
Mas mesmo bêbado sei que o efeito vai passar
E não haverá mais motivos, nem mesmo pro bêbado sorrir
Eu sei que o fogo vai passar, que a dor de cabeça vai chegar
Sei muito bem que amanhã o mundo caíra sobre mim...
To sabendo que o sol arderá meu rosto, e meus olhos vão arder
Sei que preciso parar... mas esse dia eu vou adiar...
Sei que toda manhã as bebidas vem cobrar
O mau que me fizeram esquecer... mas quer saber:
Melhor momentos de sublime loucura etílica, com dores pela manhã...
Do que apenas as dores pela manhã...
*Dez06/+Jan07 - Nem gosto de Whisky
Digo que estou bem... mas meu rosto molhado não me deixa mentir
Caminho na rua... de bar em bar eu tendo sorrir...
Mais uma dose... mais umas doses...
É sempre pouco pra esquecer...
Filho da Puta!!! Espinho que causa tanta dor...
Despejo o meu lamento... despejo todo o meu rancor...
Mas guardo pra mim... nenhum ombro pra consolar...
Eu não quero ombro... quero sua boca, seu sexo, vc!!!
Deixa-me sozinho... e não leve essa garrafa de Whisky...
Hoje só durmo quando desmaiar!!!
E nas minhas noites desvairadas, fedendo a pinga
Chorando, Chorando, Chorando e bebendo
Só queria ver um rosto, apenas um rosto para amar
Mas nada vejo... com os olhos fechados e as lágrimas correndo nada vejo...
Não que nunca tenha amado ou sofrido...
Mas agora não amo, nem a mão que me acalenta, nem a mão que me esbofeteia...
Nada... um coração maldito que ainda bate... sem razão... sem... por que??
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Os prédios desafiando
dizendo bom dia.
Os lençóis mudos,
como se estivessem envergonhados,
como se existisse pecados,
nesse quarto frio e úmido.
Ainda lembro das palavras,
do seu olhar fixo e pessimista.
Hoje, com a sua carne na minha,
lembro da sua teoria, de pessoas e mares.
De navegar em oceanos.
Lembro das frases todas,
de como é terrível perceber,
que com tantas embarcações
quase sempre nos deparamos sozinhos,
em pequenos botes, num mar imenso.
à deriva, à deriva, Amor.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Mas não entendo os dialétos,
as novas formas.
Eu me perco nos novos signos,
das novas figuras de amor,
da relação de bem-querer.
Me parece tudo aventura,
roupas coloridas e gírias estranhas pra fugir.
Posso citar varias, mas soaria ridiculo.
Eu posso citar vida de quem quer se lambuzar,
posso citar fuga de quem quer se encontrar
e posso dizer desespero, de quem não sabe o que quer.
Mas essa vida modernete, de miguxo e peguete,
me faz rir.
Rir.
Eu luto pra dizer que não estou velho,
que sou jovem pra cacete,
mas meu tempo é outro. Certeza.
sábado, 22 de agosto de 2009
Coletivo Zero Dois
Ok. Pode chamar de "Aluguel de Deus"
Gritam seu cântico com paixão
Te vendem um amor que já é seu...
É só mais festa,
porém menos pão.
Mais controle, uma ilusão milenar
Que não vai mudar a cada nascer de dia.
E ele desmaia antes da aurora chegar
Um tempo de mágoa a tempestade atesta
Não sabe se descansará o sono do justo...
Mas estará ali, junto no primeiro badalar.
A rotina, os vícios,
todas as maldades permitidas.
Singrando neste mar de iniquidades
Onde demônios teriam medo de andar
Sorri sorrisos disfarçados,
Deseja sangue pra derramar
E numa tentativa de vingança,
se renderá aos seus pensamentos perversos.
Aos que são proibidos pela convenção.
E correrá a noite toda
Atrás de algo que te refrigera a ação
Covarde, ele esconde o que quer
Corre pra casa Dele, em busa de perdão
A carne exala todos os instintos.
Bote a roupa e disfarce.
Só cante um canto mais sorridente.
Essas migalhas de lágrimas pelo chão
Com gravatas e camisas suadas a gritar
Seguram com força o Livro na mão...
Grite por vitória,
mas não esqueça de "ajudar".
Quem luta com você.
Sem título
sem mocinho e sem vilão.
pras minhas mulheres uma boa lembrança;
se fracassei, eu estava na busca da fórmula de ser o melhor amante.
se venci, era um mar em que eu sabia nadar.
A juventude eu mantenho a euforia da vitória,
afinal, ganhou da infância sem sabor.
Os meus versos eu deixo para os meus amigos,
que viram de perto eles nascerem.
As minhas visões e alucinações eu digo muito obrigado,
me fizeram suportar em pé esse mundo odioso.
Ao dinheiro eu digo traga uma cerveja.
A minha pequena familia eu vos digo,
vocês são seres gigantes.
Os desenhos ficam pros filhos que nunca tive,
pros meus netos invisiveis.
Que nas linhas vão desvendar um pouco do meu universo.
Com dor no peito eu deixo as noites e os intervalos;
levarei comigo os dias longos e os viciados.
E deixarei queimar todas as maldades;
as que fiz e as que me fizeram...
Eu, sei somos todos desesperados...
domingo, 9 de agosto de 2009
Outra Vez
E agora já me vejo no espelho do teto...
O sexo a pouco terminado
Me mantém ainda ofegante, cansado.
Que bom seria se pudesse sumir,
Quem sabe abrir a janela, me jogar?
Te olho voltando do banheiro a sorrir
Essa violência já não posso aguentar
E que dias eram esses? Me pergunto...
Um tempo que não vale mais contar
De ódios resguardados em gozos
De muitas coisas que não pude falar...
Será que confio a esta página a vergonha que me tomou?
De tantas coisas, como essa, que fiz por burrice...
E nem me importava se mais um coração fiz cair,
Já que o meu a muito nada me falava...
Tanta coisa em tão pouco tempo, tantas camas, tanto prazer...
Só não tinha paz em nenhum momento, via aqueles olhos a me ofender!
Lógico que passou, e já foi tarde,
Mas cada novo erro os olhos vem me cobrar.
Por que não me esquivo desses olhos? ah amigos...
Sem eles nada poderia me parar...
domingo, 12 de julho de 2009
nem meus olhos inexpressivos.
Essa ânsia só mata o nosso bem querer.
a falta dos lençois levam as nossas memórias,
completas de um amor tremendo.
Então, cale a boca.
e me deixe assim distante.
Só quero preservar,
no meu melhor canto,
as vibrações das nossas melhores noites.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Espera Repentina
Vou querer escrever algo que fale o que sou
Como estou, e porque ainda estou aqui
E sei que não vou saber o que falar
Num dia desses de chuva fina e leniência grossa
Quero poder fazer o que faço melhor, e sorrir
Quero ser apenas mais um no muro, só por esse dia
E não pensar no caminho, nos passos que vou dar
Nesse dia, se ele vier, quero estar calmo, tranqüilo
Como se pudesse morrer, como se pudesse sorrir
Nesse dia eu vou te chamar de amigo, e mentir novamente
Quando chegar esse dia, acordarei sem alarme, e só lavarei o rosto
Quando ainda faltam 779 caracteres, percebo que quero mais
Aumento sem perceber o tamanho das linhas, enfiando mais palavras
Quando chegar o dia de findar esse trabalho, quero ser como você
E quando ele acabar, e eu ainda estiver de pé, quero lembrar desse dia
Vou ser só eu nesse dia, será só a minha história nesse dia, serei eu
Tatearei meu bolso, comerei minha bala de iogurte, e seguirei
Quando chegar esse dia, e ele passar, quero a normalidade dos dias
Só sou eu quando sou inteiro, só sei eu quando mergulho inteiro
E esse dia, que será passado, não sei quando vai chegar, nem se vai chegar
Nesse dia terei passado tudo que quero passar, e depois esfriarei de novo
Sou morno nessa vida de expectativa, sou louco nessa espera repentina...
O Caminho é o SER
Não tenho vergonha dos teus rebolados, não vejo mais dor
Não quero o mundo ao meu lado hoje, não quero ninguém a me olhar
Não serei uma boa companhia, justamente porque não quero ser
Vi novamente no muro: “O melhor caminho é o SER”
Letras que vão e vem no caminho do busão, letras do passado
E ainda não as tenho totalmente, ainda não posso deixar de ver
Que não tenho nada pra deixar, que não medo de morrer
Eu, que só queria um caminho, ou mesmo um atalho pra passar
Vejo-me solto no ar... um papel dançando ao vento, sem lugar pra parar
Fico cansado, fico puto, não faço piadas e nem tenho vontade de sorrir
Rabugento, me grita meu cérebro, enquanto dou outra resposta atravessada
Mas quer saber, se ficar velho é ruim pra mim com os cabelos a cair
Sou rabugento pra mostrar que minha velhice ainda pode te alcançar
sábado, 4 de julho de 2009
Até Explodir
E a cada ano que passa eles se amontoam mais, dispersos, como dispersos são os sentimentos em cada um deles.
E ainda tem os papéis que pego por ai, e escrevo qualquer coisa, e mesmo que as vezes eu passe a limpo, eu os mantenho guardados. Estranho né?
Daí eu sinto que tenho que mandar tudo fora, que nada que eu não possa fazer novamente eu devo dar atenção.
Mas não consigo, é uma parte de mim aqueles papéis velhos... acho até que uma parte do que fui e nem sou mais, me lembrando que somos sim imperfeitos, que precisamos sempre melhorar, e que escrevemos, pensamos, falamos e fazemos um monte de merda!
Tem horas que não acredito mais nas coisas que costumo acreditar... política, futebol, internet, amizade, amor, familia, vontade própria... tem horas que tudo isso parece apenas um monte de convenções sem valor que seguimos acreditando estarmos no caminho certo.
E quer saber? Acho que é isso mesmo, nem o livre-arbítrio, que nos jogou fora do Paraíso, é algo capaz de me aprazer o espírito... não, escrevendo isso, olhando pra tela, vendo as janelinhas do msn pipocarem... não acredito em nada disso... só acredito no tempo, que corre frouxo e dono de tudo sem pestanejar... já disse isso em algum caderno velho eu acho, mas o tempo é o último deus pagão, o relógio nos diz o que devemos fazer...
Nesse exato minuto, aqui e agora, ele me pede urgência no escrever, para não passar da hora do jantar...
Tenho me notado cada vez menos linear (esse texto é exemplo ótimo disso), ultrapasso assuntos sem terminar, não tenho paciência de separar parágrafos, e nem mesmo tento, nos meus cada vez mais raros poemas, ligar uma estrofe, ou verso sei lá, a outro... e as vezes parece que cada verso é de um poema diferente... ou estou perdendo estilo, ou estou sendo chutado por mim mesmo dessa “vide” de fazer poeminhas...
Vai saber né, também tenho me sabotado em tantas coisas, tantas que só na distância de alguns dias consigo perceber, mas só perceber, mudar é outra história...
Tô cansado já dessa tela, de sujar com minhas letras essa página em brando do word (até ele me diz o que fazer, questionando meus tempos verbais, e pintando de vermelho as palavras que não conhece)...
Gostaria muito de dormir hoje sabendo no que mando e no que não mando... mas agora percebo, que a última beleza que nos resta, que pode nos tirar da certeza do horário do ônibus, trem ou metrô, do rígido horário do almoço e do jantar, dos programas preferidos da TV, a única coisa que nos resta em volta desse monte de certeza, é a incerteza de não saber que horas que vamos explodir!
O futuro me reserva
Mas eu não me reservo
O Destino me aguarda
Mas eu não me resguardo
Pelas ruas de São Paulo
O que quero é me perder
Quem sabe bebidas e o som bem alto...
Fulga de quem não tem pra onde correr.
Eu quero mais eu quero inteiro
Sem mais pedaços de satisfação
Quem sabe me amassar pra virar pó...
E eu cheiro...Não quero mais me imaginar tão são
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Já dei nome pior ao tempo...
como o relógio nunca titubeia.
Infalível.
Se tem algo de maldito é esse velho,
que me fez companhia junto as lembranças.
Nem meu disco mais barulhento foi capaz de espantar.
Daí veio a noite e essas memórias,
pensei nas pessoas que passaram na minha vida,
das coisas que elas me levaram
e dos tesouros que pra mim doaram.
Pensei em todas, nas que só passaram e nem falaram adeus,
nas que deram o tapinha nas costas antes de desaparecer
e aquelas que resistiram ou fizeram promessas.
E foi a falta de experiência, da troca...
que as levaram pra longe, tão longe
que nunca mais as vi.
Lembrei dos gigantes que comigo dividiram cálices,
os amaldiçoados e os gloriosos imponentes na vitória.
Lembrei das suas faces desesperadas,
dos olhos saltando,
da doce sarja e da névoa noturna.
Revivi as palavras de certeza, de quem vai,
que vai feliz e seguro.
As palavras de bocas ferozes.
E veio as histórias, todas elas.
Que se projetaram em minhas costas
como video-clipes,
iluminando pecados em noites de musica e prosa...
sábado, 13 de junho de 2009
No chão!
...
Hã... Ok... nem mesmo eu acredito nisso
E por isso me admito no chão...
Resmungando alto e perdido
Cadê a vontade? Cadê coração...?
E me perco novamente em devaneios
Sonhando lúgubre com a morte sem perdão
Não posso mesmo me suportar nessa manhã
Onde são lágrimas os orvalhos na janela
Não sem ela... nem um dia a mais!!
Me fazer de forte já não posso...
Procuro no google o que me cure
Que me tire do fastio, do ócio
Qual o quê! Não tenho mais palavras
Letras são só letras nesta enfadonha tarde
E se quiser saber de fato o que me move
Só posso dizer que não há mais nada em mim que arde
Mas sabe... nem me adianta mais esse amor
Onde você, lindo bibelô, não é nada mais que um moço
E se comestes a carne, oh meu doce rubor...
Saibas: Se enfastiarás com o osso!
segunda-feira, 8 de junho de 2009
deixei os olhos atentos,
pras formas, pras cores.
Fiquei doido atrás de um átomo qualquer,
que me causasse loucura e me fizesse mais cheio.
Mas a moça não deixou que me afundasse.
Não hoje, não nesse oceano.
Com isso, fiquei entregue aos beijos
e ao seu riso discreto,
aparecendo aos poucos no canto da boca.
E teve conforto no seu seio,
teve um lugar pra descansar meus olhos,
os mesmos cansados e urgentes.
Teve o silêncio que foi capaz de espantar os medos
Teve os braços pra acolher e o toque pra esquentar.
Teve uma noite e uma moça,
e junto delas seus tesouros e encantos.
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Fui escrever umas bobagens, acabei revelando alguns segredos
como suas roupas no armário.
O pó devasta as memórias que lutam, resistem.
Tintas de cabelo e suas modelos sorridentes na embalagem,
deixam claro que ao norte tem um lago e maior que ele só as mentiras.
Ainda me faz sede, me faz vontade, mesmo sem acreditar.
Sendo cada dia mais um novo riso de descrença.
Devia é dar ouvidos, pra quem diz que não há motivos.
O espirito sempre se faz reflexo dessas manhãs.
Entupidas de carros, 13 graus, chuvisco e cinza.
Se embebedar nem sempre faz sentido,
nem dizer que ama,
nem dar promessas quando se venta demais.
Pensei em Deus falando de tempo,
como seria enraçado.
pensei em todas as teorias do relógio.
...
No geral nem sei o porque do pensar nessas coisas todas, deve ser o gritar das sete da manhã, da vida apressada que floresce no concreto gelatinoso. sempre perco a atenção e quando me dou conta eu viajo nos tacos do seu velho apartamento no centro decadente da cidade. Daí volto pros pulmões cheio de vestígios de gigantes Fiat de 1945.
Punhaladas, como seus olhos no sabádo passado, tão urgentes como o meu, nem valeu a desculpa do fazer café, do fugir de cena. Não importa, ela já viu tantas vezes os meus desesperados, na verdade por isso ela não se intimida, apenas foge.
Penso até no seu gato negro, que dei vários apelidos, que sempre que dá eu tiro uma da cara dele, pois sei que nunca exitará em me fazer mal, ao menos assim somos sinceros. Ele quer minha parcela quando convém e se afasta quando meus músculos exalam maldade. Ela ri, de mim e do gato. Ao menos tiro um riso na noite de tacos soltos, de tacos despreendidos.
Com todo mundo é assim, as múltiplas sensações e setas na cabeça, eu só viajo até o trabalho no cenário super-lotado enquanto deliro nas memórias recentes na cabeça,nas memórias impossiveis de se apagar. Assim me liga as mãos na varanda, varanda que dá pra uma praça cheia de mendigos e figuras nada confiaveis. Ela solta que poucos são confiaveis e melhor lidar com o inimigo que se fiar demais em território amigo, ela assisti meu silêncio e entende que busco como louco alguma referência ou um bom argumento para o ir contra e ou a favor. Engraçado, ela entende. Solto só um riso de quem já tem resposta, ela aguarda, mas sabe, eu não vou contar.
Eu não vou contar.
terça-feira, 19 de maio de 2009
Vento e Chuva
Me empurrando e desafiando...
Só queria que me levasse
,nem perguntaria pra onde ir...
Me perderia em seus sopros sem pensar
Empurraria as nuvens só pra ver
A chuva manchar o cinza dos prédios...
Molhar as roupas dos loucos na calçada
Seria bom ter liberdade só pra ser
Independente de não saber o que...
Seria delírio imaginar um mundo assim?
Onde roupas não falem nada de você?
...
Eu quero um pouco mais de amor
Nesses dias cinzas de trabalho
Um pouco de paixão, quem sabe...?
Bem melhor que esses abraços falsos
Queria ser como as flores
Que desabrocham e morrem sem sofrer
Despedaçando-se aos poucos pelo chão
Sem chorar nem lamentar a sorte de viver
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Tem algo de sombrio nessas idéias
Que sei como somos feitos
e é maluquice crer.
Que os lençois que trocamos
foram poucos.
Que as horas foram poucas.
Que nada de grande abateu
nos intervalos dos nossos beijos.
Que foi fugaz, coisa qualquer.
Tão efêmero como esses hits que embalam as rádios.
Seria justificativa bastante pra dizer que:
"Eu não acredito!"
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Patético
é a da noite.
Com seu respirar angustiante.
Só restou essa esperança.
Nem mais as bandeiras,
as ideologias mentirosas.
E só o riso pras pessoas distorcidas.
Eu encho corpo de um gole foraz.
De um gole maldito de ácido.
Só pra poder suportar o dia,
e todas conjecturas que ele carrega.
Aguentar toda essa gente e seus escarros infelizes.
Infeliz e sombrio como minha cara,
neutralizada pela sombra de um pico.
Sufocada por mais mentiras e
meias ilusões viajantes.
quinta-feira, 14 de maio de 2009
E se o dia não nascer ...
colem meus versos nos postes,
digam que fui um beberrão descontrolado,
infeliz nas finanças,
e apesar de tudo, teve sorte com as mulheres.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Moça, eu sou um cara alegre
Lúcido, trabalhhador.
Risonho e esperançoso.
Despertei antes da Luz do dia,
comi pão integral e uma fruta.
Pensei em escrever cartas[pra todos conhecidos]
Fazer um verso alegre,
pensei numa piada pra te roubar um riso.
E tudo, Moça, é um eterno vislumbre,
um rastro saboroso do que nunca vamos ser.
Ainda creio nas pessoas, gosto de cartas
mãos dadas e uma tarde deitado num parque.
O resto é tudo bobagem pra se divertir nos intervalos
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Quem apertou o voltar?
como o andar nessas noites delirantes,
A moça implica,
e fica gosto de plástico com traços tangerina.
Os guardanapos são misérias,
frases descontínuas de falsos escritores,
que se foda os Anjos e seus escritos rebuscados.
A noite silencia e a mente fica sufocada na morfina.
Sufocada.
Só penso em me livrar das tampas no balcão,
das pegadas que denunciam meu caminho.
Mais uma vez, estive louco pra dar um tiro.
Mais uma vez eu estive louco.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Desperdício!
Me trague inteiro!!
quero sempre ser o primeiro...
E nem quero saber pra que?!?
Só quero o sentido da fala,
Pra dizer o que não interessa saber
Me traga tudo!!
Me trague inteiro!!
Olhos nos olhos estranhos pela rua
É fácil perceber: Nem todos vão em busca de paixão
A maioria vai com os olhos baixos e assustados
Tentando ver de longe, qual o numero do busão!!
Me traga tudo!!
Me trague inteiro!!
De que me adianta essa canalha?!?
De vida triste, breve e sem imaginação
Se é nos meus delírios que me perco
Se é nos meus sonhos loucos que me sinto são!
Me traga tudo!!
Me trague inteiro!!
Ah essa grande violência...
Ah esses prédios pichados!!
Ah esse vandalismo adolescente...
[Que me deixa com inveja e enojado]
É o que me toca o coração...
Única coisa que me deixa excitado!
Me traga tudo!!
Me trague inteiro!!
Tenho jogado meu sangue pelo chão...
Desperdiçado as chances de voar e não voltar
Tenho sido mais um bloco na fachada...
Que se suja de fuligem... que não enxerga nada!
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Sede, intervalos e dias comuns
E sabe, até me assusto.
Com as marcas todas.
Até as invisíveis.
Pois é, até os olhos que tanto amaldiçoou
estão aqui, companheiros.
Saltando da minha cara.
É foda admitir.
Se não digo, o corpo entrega.
Juro que quero esconder a urgência.
Mas tá lá, nas unhas, na boca.
Afogo em copos,
em salas escuras.
Na rua as 6 manhã.
Morra.
Acorde numa estação esquecida.
Impossível, está lá.
Meu cancêr.
O corpo sempre pede mais.
Não aprisiona no peito.
O sono me beija,
porém nunca morre a urgência.
segunda-feira, 30 de março de 2009
Pras cucuias
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
3 anos...
Eu vi mais um Astro no chão
Como cinzas da fogueira a se apagar
Estava bem perto dele a sua Estrela
Que só brilhava mesmo no nosso olhar
Eu vi uma lágrima a rolar
E a Estrela subia pro céu
Era questão de horas pra acontecer...
Espera Estrela... o Astro vai te acompanhar
Eu nem sabia o que dizer
Nem tinha certeza de poder falar
Queria um cobertor pra me cobrir
Não chorava sozinha, pra variar
Não havia sangue no chão...
E procurava com a mão,
um calor que não sentia mais...
Já é uma tragédia, "mais uma" vão dizer
Mas suas estatísticas não vão mudar:
Eu uma Estrela cair;
Eu vi um Astro chorar.
E não me diga que sente sem sentir
Não diga que sabe o que passei...
Senti os últimos suspiros do Astro
Que assistia impassível, sua Estrela morrer...
Acredito em Deus pra poder sorrir
Pois se existe um paraíso pra ficar
E esse for o lugar mais lindo que existir
Tenho certeza: tem mais dois lá a se amar...
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Anti-Pressa
Riem, falam, se divertem, mas a vida passa...
Inexoravelmente ela passa, e nos leva..
Nos leva segundos, minutos, dias, anos...
E todos têm medo, e correm, como que pra viver mais
Como se a velocidade fosse pressuposto do prazer...
Como se a adrenalina fosse o néctar pra tudo que é bom
Mas há tanto prazer em contemplar, em sentir...
As risadas que, de tão longe, se misturam com o som da musica
E não se sabe o que é musica, o que é riso...
O som gostoso da sua voz quando fala comigo...
Coisas tão simples e sublimes, que são imperceptíveis em alta velocidade
Como a calma e serenidade da fonte de água que não para
O inusitado das cadeiras sobre as mesas...
O doce e magnífico sabor do seu beijo...
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
O Eterno Retorno
Escolhi hoje uma calça surrada.
O chefe diz que é melhor eu me endireitar.
Que se foi a produtividade.
Eu nem ligo, nem sei, não tô pra ser ouvidos.
Lá fora chove, como todos dias vem chovendo.
Eu penso nos olhares que dão lição ao vento,
eu penso na minha dor nos braços.
Ele fala mais algo,
e senti que estou longe.
Eu penso na janta,
na gente,
das noites embriagadas...
Olho a janela e deixo um suspiro.
Como aquele que deixei pra ela.
Um suspiro e só um segredo no ouvido
domingo, 1 de fevereiro de 2009
Coletivo Zero Um
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Cinismo... Sincero
Já perdi tudo que tinha, e me parece muito
E com o rosto entre mãos, mirando meus dedos
Tendo recuperar o vento que se foi, soprando e destruindo
Me viro pros lados, ninguém segura minha mão
Eu mesmo afasto as mãos que tentam me acalentar
Nem de nojo, nem de medo, só as afasto e digo não
Acho que ainda amo, mas não essa que me pega, nem aquela que me lembro
É, ainda amo, genericamente ainda amo, e a cada uma amo
E sem escrúpulos nem vergonha, a todas eu amo
E sei que, posso tocá-las e beijá-las, até posso tê-las
Mas devo dizer, com pesar e sem orgulho, nenhuma me tem...Nenhuma me terá...
Galinha?? Sacana?? Mentiroso?? Sou sincero em cada galânteio
Sou inteiro em cada caso, me atiro de bom grado e consigo o que quero
E depois descubro que não quero, ou que não quero mais...
Nem me enfado, nem me canso, só descubro que não era tudo que queria
Ou nunca quis... só queria acreditar que podia me entregar...
E não posso, nem quero e nem vou, não há donos para minhas vontades
E não há vontades para meus medos, e quem sabe não seja o medo a me levar
De solidão em solidão, com corações pelo chão no caminho que passar...
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Um Pedaço de Passado... Os Bronha...
Ó Deus! e eu que já fui corrompido?
Me perdi nessas levas de maldade
entre propagandas e pura arte.
E diz Deus, quanto custa um erro?
E esse gosto do fracasso que vive na garganta
gélido, opaco e muito dissolvido
entre muitas garrafas de vinho
Hoje me parece invencivel.
Clamo ao meu eu perdido
por onde foste, não seja esquecido!
Querem respostas.
Exigem as peças que na noite de núpcias
Roubei.
E assim ladrão, com essa cara de mocinho
vos digo, não existem vilões ou heróis.
Mas existe o preço de um erro.
Com ele o desapego,
eles só querem as peças.
Que nem valiosas eram.
E eu peço que venham comigo.
Desvirtuar a realidade.
Trazer aos dias a verdadeira felicidade.
***
Perdi tudo até meu cachorrinho
Só quero que sejam meus amigos.
Quero forças pra jogar fora a vergonha dos meus erros.
E coragem, muita coragem.
para assumir meus devaneios
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Noites de Sexta
Com os olhos presos na sua face
Eram longas as minhas sextas
Assim como é curta nossa felicidade
Acabavam as noites, as bebidas e o som
Começa o sábado, com o forte estrondo da manhã
Não tinha vergonha dos meus olhos embriagados
No meio dos olhos sonolentos do metrô
Não corria porque não conseguia
Cansado dos meus vícios da noitada
Mas só queria correr pra não pensar
Nas breves alegrias da balada
O ônibus me esperava, me esperava também meu colchão
Podia fingir arrependimento, com o cheiro de cigarro no olhar
Podia dizer: Nunca Mais... ao acordar com a boca seca
Mas isso seria mentira, conto os dias pra próxima sexta.
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Os métodos
agora é sobre os métodos.
Vou escrever sem pudor,
sem nem ligar se tem qualidade.
Como venho fazendo.
Entendido que isso é uma parte.
Corajosa.
Uma verdadeira parte de mim mesmo.
Então, foda-se.
se ficar bonito ou feio.
É como sou,
as vezes tem acerto
e outras tem erro.
Tem dias que sou um apaixonado,
outras um fervoroso indignado.
Tem vezes que se esquece o acento,
e noutra linha eu te deixo todos meus dedos,
num prato, pra você comer.
Assim errante, humano...
Fiquem todos satisfeitos.
domingo, 11 de janeiro de 2009
Crise
Com dor, Com fome
Sem flor, No abandono
Sem medo, só pavor
Sem carne, só mato
Com arma, me mato
Sem certeza, na merda
Sem eira, sem trégua
Sem crises já não sei mais, me apego nelas
Com descaramento descabido, urgindo e bradando
Ninguém me olha mais nos olhos, nem quero encará-los
Nem estou mais na escola, para poder ignorá-los
A vida, um segundo
A morte, meu mundo
Um grito, um surdo
O amor, um absurdo
A gente, nem sei
Há gente? não vejo
Sem pensar, não vivi
E sem olhar já desejo
Mendigando carinho, mas chorando sozinho
Malevolência de vilão, urgência por um "não"
Clemência fingida, nem morte nem vida
Soluços no escuro, silêncio profundo
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Spider
Estafa de bebedeira mesmo.
a barriga pesando, a mente lenta.
A boca seca e ainda chamando nomes.
Idiotice, muita.
Mas tô chapado e hoje é assim.
como se fosse necessidade.
Sei lá, carência de bêbado.
Escrever.
Queimar.
Uma cama com novos lençois.
Esses são meus sonhos,
banhados de ácido
ou uma merda qualquer.
Bem vindos!
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Uma Pagina em Branco
Não sem sofrer, ou sem divagar sobre o que poderia ter sido
Só não temos, por enquanto, nada pra lamentar...
Podemos sim reclamar, xingar, arrepender-se e porque não, até chorar
Mas lamentar... isso já não podemos... o nosso tempo já esta passando
Agarramos pelo rabo esse rato maldito chamado tempo...
E ele nos sorri acanhado, ele quer escapar, fugir com o vento...
E é pra isso que escrevemos, não pra sermos reconhecidos
Nem pra que um dia sejamos admirados...
Escrevemos porque as palavras são eternas
E com elas ficamos eternos também...
Já diziam os egipicios, morremos sim
Mas enquanto falarem nossos nomes
Seremos eternos... mesmo que por instantes...
E pra isso escrevemos, pra segurar o rabo daquele rato maldito...
...
Começamos...